domingo, 30 de dezembro de 2007

Quintana

Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco - recos tocarem
Atira-se
E
— ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...

sábado, 29 de dezembro de 2007

Drummond

Receita de ano novo

Para você ganhar um belíssimo Ano Novo...

Não precisa fazer lista de boas
intenções para arquivá-las na gaveta.

Não precisa chorar de arrependimento
pelas besteiras consumadas nem
parvamente acreditar que por decreto
da esperança a partir de Janeiro
as coisas mudem e seja claridade,
recompensa, justiça entre os homens
e as nações, liberdade com cheiro e
gosto de pão matinal, direitos respeitados,

começando pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um ano-novo que mereça
este nome, você, meu caro, tem de
merecê-lo, tem de fazê-lo novo,
Eu sei que não é fácil mas tente,
experimente, consciente.

É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

Síntese da Segunda Guerra Mundial



Os agitados anos que se seguiram à Primeira Guerra Mundial prepararam o terreno para um novo conflito. O princípio das nacionalidades e a criação da Liga das Nações, recursos imaginados pelas potências vencedoras para garantir a paz, não se revelaram eficientes. A República de Weimar, criada após a renúncia de Wilhelm II, via-se ameaçada pela hiperinflação, provocada em grande parte pelas duras obrigações impostas à Alemanha pelos aliados como compensação de guerra, dificuldades somadas ao temor da burguesia em relação a uma revolução socialista. Todos esses fatores propiciaram o surgimento do nazismo e a transformação de Adolf Hitler em líder da Alemanha. A situação era similar na Itália, um país mergulhado na crise e tomado pelo ressentimento de seus habitantes, que julgavam que seus esforços durante a Primeira Guerra foram pouco reconhecidos pelos vencedores. O Partido Fascista, formado por veteranos de guerra e esquerdistas desiludidos, marchou sobre Roma e Benito Mussolini foi nomeado chefe de governo. Em um mundo fragilizado pela depressão e pelo desemprego que se seguiram à queda da Bolsa de Wall Street em 1929, Roma e Berlim adotaram uma política expansionista e agressiva, que se manifestou inicialmente com a invasão da Etiópia pelos italianos e com a intervenção de forças dos dois países na Guerra Civil Espanhola – ambos em apoio a Franco. No Extremo Oriente, ocorria um fenômeno similar. O Japão, onde o poder estava em mãos militares, tomou a Manchúria e outros territórios que pertenciam à China. A Alemanha nazista que perseguia os judeus tomou a região de Sarre, anexou a Áustria, dividiu a Checoslováquia e em setembro de 1939 invadiu a Polônia. A Grã-Bretanha e a França intervieram a favor dos poloneses, dando origem a um novo conflito mundial. O Eixo Roma-Berlim-Tóquio enfrentou as forças francesas e inglesas, que posteriormente contaram com a adesão dos soviéticos e dos norte-americanos. Aparentemente favorecido no início da guerra, o Eixo foi derrotado pelas potências aliadas e, como conseqüência, Mussolini foi fuzilado pelos comunistas, Hitler suicidou-se em, seu esconderijo em Berlim quando as tropas aliadas entraram na capital alemã e o Japão se rendeu após o lançamento de bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki. Para assegurar a paz, a conferência de São Francisco anunciou a criação da Organização das Nações Unidas, em 1945.

Referências bibliográficas

  • História do Mundo. Editora e gráfica Visor do Brasil, Ltda. São Paulo, Visor, 2000. (bibliografia completa)

Síntese da Primeira Guerra Mundial



A competição entre as nações européias pela conquista de territórios coloniais que atuassem como mercado consumidor de seus produtos e fornecessem matérias-primas intensificou-se no final do século XIX e começo do século XX. Sob o imperador Wilhelm II, a Alemanha estava disposta a assegurar uma influência política compatível com seu poderio econômico. Assim, desafiou a supremacia mundial da Grã-Bretanha e ameaçou a França, que não se esquecia da perda das regiões de Alsácia e Lorena durante a Guerra Franco-prussiana. A Áustria se propunha a impor limites à influência conquistada pela Sérvia e à ameaça que este país representava diante dos territórios eslavos. A Rússia, por sua vez, desconfiava dos objetivos políticos da Alemanha e da Áustria. Todos esses temores alimentaram a corrida armamentista que transformou a Europa em um barril de pólvora. O pavio foi aceso por ocasião do assassinato do herdeiro do trono austríaco, o arquiduque Francisco Ferdinando, em Sarajevo. Era o início do conflito que transformou o continente europeu em um inferno, no qual se digladiaram as forças dos Impérios centrais (Alemanha, Áustria e Turquia) contra os exércitos da Inglaterra e da França. Em seguida, outras nações ingressaram no combate. A Alemanha lançou uma ofensiva em grande escala que foi contida pelos franceses e a frente oeste caracterizou-se pela guerra de trincheiras, na qual milhares de soldados morriam ao tentar avançar em uma pequena área do território inimigo. No conflito, foram utilizadas novas armas, como gases letais, bombardeios e tanques. Como a frota inglesa detinha o controle do mar, os alemães partiram para a ofensiva submarina. Na frente oriental, a Rússia mergulhava no caos: o czar foi obrigado a renunciar em maio de 1917 e o governo provisório que o substituiu optou por prosseguir a guerra. Em outubro do mesmo ano, no entanto, os bolcheviques, liderados por Lênin e Trotski, derrubaram o regime e retiraram a Rússia do conflito. Surgia o primeiro Estado socialista. O ingresso dos Estados Unidos favoreceu os aliados que aos poucos derrotaram a Alemanha e os países que a apoiavam. Na conferência de paz de Paris, que terminou com o Tratado de Versalhes, o mapa da Europa foi redesenhado sob o princípio das nacionalidades, proposto pelo presidente norte-americano Woodrow Wilson.

Referências bibliográficas

  • História do Mundo. Editora e gráfica Visor do Brasil, Ltda. São Paulo, Visor, 2000. (bibliografia completa)